Túnel do tempo

3 de julho de 2020, 16:47

Há 10 anos, publiquei, na CartaCapital, essa reportagem com um dado avassalador: Verônica Serra, filha de José Serra, havia quebrado o sigilo de 60 milhões de brasileiros para tocar os negócios nebulosos da família, em parceria com o banqueiro Daniel Dantas – aquele, dos HCs cangurus de Gilmar Mendes.

Imediatamente, a máquina de proteção tucana foi acionada. Toda a mídia ignorou o assunto, revistas sumiram das bancas e uma colunista militante do tucanato, Eliane Cantanhede, foi escalada para assassinar minha reputação.

Ela, que até então mantinha uma relação de amizade comigo, não pensou duas vezes antes de escrever que a CartaCapital não tinha credibilidade para falar de Serra.

Havia, além de militância ideológica, uma questão comercial. Gilnei Rampazzo, marido de Eliane, mantinha negócios com os tucanos de São Paulo, na área de marquetagem política, havia mais de duas décadas, por meio da agência GW.

Agora, com uma década de atraso, a Lava Jato, em seus estertores, decide ir atrás do velho rato tucano.

Sujos investigando mal lavados.

Escrito por:

Jornalista, escritor e professor. Sócio fundador da agência de publicidade e marketing digital CobraCriada.

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