
Eduardo “Calabar”, o traidor da Pátria e sua diplomacia servil: lobista de seu pai junto a Trump monta filial do Gabinete do Ódio nos EUA
O deputado licenciado – a rigor um ex-deputado e um ex-brasileiro, já que decidiu se “exilar” nos Estados Unidos e defender os interesses ianques acima dos de seu país natal – queria ter nascido lá, quem sabe, nos braços de Mickey, na Disney, em frente ao Castelo da Cinderela – Eduardo “Calabar” Bolsonaro atua ativamente nos EUA como conspirador contra seu país e lobista junto à administração Trump. Isto é um fato. O episódio do tarifaço – seus posts são asquerosos -, e sua atuação junto à Casa Branca, confirmam seu papel como peça-chave na articulação dos interesses norte-americanos, tendo como alvos principais o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes. Eduardo tem montado uma rede de traíras com o “influencer político” Paulo Figueiredo, radicado nos EUA e neto do último ex-presidente da ditadura João Figueiredo – o homem que preferia o cheiro dos cavalos ao do povo – uma transnacional do Gabinete do Ódio. É interessante lembrar que Figueiredo colocou Trump numa de suas maiores roubadas empresariais, a construção do Trump Hotel Rio de Janeiro, um fracasso retumbante. Mas “that’s is peanuts” para Trump.

Para quem se impressionou com a traição de Eduardo como um dos principais defensores do “tarifaço” de Trump — uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA -, subestimou seu mau-caratismo, sua índole e sua estratégia de poder: devolver o pai ao Planalto num golpe de Estado, agora bancado pelos EUA do “daddy” Trump. O fato, e a história contará, é que Eduardo foi, nesses tempos bardos, a principal ponte de Bolsonaro com a extrema direita internacional. Está claro que Trump, fiel a Bolsonaro, tem misturado pressão política, especialmente em resposta ao julgamento do ex‑presidente – com a própria estabilidade econômica de seu país – o Brasil a reboque -, para gerar uma crise comecial. Talvez uma devoção ao fato de serem clones golpistas. Trump patrocinou o 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores, estimulados por ele, invadiram o Capitólio em Washington, inclusive com a bandeira racista dos Estados Confederados, da Guerra Civil norte-americana, na tentativa de impedir a certificação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial de 2020.
Trump nunca foi preso por isso, e voltou como presidente eleito. Três anos depois, no Brasil, o clã Bolsonaro patrocinou, em 8 de janeiro de 2023, uma tentativa de golpe de estado, com Lula já eleito e no poder. Com a depredação dos edifícios dos Três Poderes — Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal — por manifestantes extremistas bolsonaristas em Brasília. Não é, obviamente, uma coincidência histórica. O resto do país não esquece – especialmente o ministro do STF, Alexandre de Mores, que por aqui está julgando e botando todos, civis e militares, em cana – algo ao que o país pós-atrocidades da ditadura civil-militar implantada em 1964, e a Lei de Anistia passando pano, não está acostumado. Não atoa, Alexandre, com Lula, tem um alvo na testa.

Desde 2019, Eduardo participa de eventos com influenciadores e partidos de direita conservadora em diversas nações — e fundou a “Aliança pela Liberdade”, com o apoio do Partido Republicano, do espanhol Vox nacional ‑ conservador, de extrema direita e anti-imigração, e do alemão AfD, Alternative für Deutschland – o partido neo-nazista do momento. Eduardo, como outros dublês de direita – não tem tutano para ser um pensador – tenta, de forma trapalhona ou desastrada, conectar redes globais de direita. Em Washinton, além do secretário de Estado Marco Rubio, o “bananinha” costurou, ao longo dos anos, vários outros contatos. Aqui damos nomes a alguns bois.

Steve Bannon, o mais famoso, líder do “The Movement”, conselheiro golpista que chegou a atuar, informalmente, como conselheiro informal da campanha de Bolsonaro desde 2018; Matt e Mercedes Schlapp, da American Conservative Union (ACU), que já trabalharam diretamente com Eduardo; o senador norte-americano por Utah, Mike Lee, que contribui para diálogos de alianças entre conservadores americanos e bolsonaristas; congressistas Republicanos da Flórida, como María Elvira Salazar e Rick Scott, fundamentais na mobilização do MAGA; Charlie Kirk, fundador da Turning Point USA, um antimarxista ferrenho; Jason Miller. ex-assessor de Trump, que fundou a rede social de direita Gettr, e o jornalista americano‑polonês Matthew Tyrmand, protegido de Bannon, da organização Project Veritas. Para citar alguns nomes.
Com uma ajudinha de “exilados” da PF
O Intercept Brasil, numa apuração criteriosa do jornalista Thalys Alcântara, provou que pelo menos dois agentes da nossa Polícia Federal, especialistas em inteligência, pediram licença não remunerada em abril e maio passados para trocar o Brasil pela mesma cidade onde hoje Eduardo Bolsonaro vive nos EUA: Arlington, no Texas. Um deles, ex-colega de turma de Eduardo na academia da corporação, chegou a atuar com varredura de escutas no gabinete de Alexandre de Moraes em 2022. A outra é bolsonarista e comemorou nas redes sociais a eleição de Donald Trump. A justificativa oficial para as licenças são “interesses particulares”. Os agentes André de Oliveira Valdez e Letícia da Cunha Padilha, que são casados, desembarcaram em Miami, na Flórida, no final de 2024, logo após a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA. O que levanta suspeitas de que a filial norte-americana do Gabinete do Ódio poderia estar usando informações estratégicas da área da inteligência para municiar Eduardo Bolsonaro e o governo dos EUA. A DIP é uma das principais áreas da Polícia Federal, onde se concentram os inquéritos considerados mais sensíveis da instituição.

Esse canal clandestino, na véspera da assinatura do Tarifaço, apoiado por Eduardo, já tinha força para desafiar os canais diplomáticos tradicionais do Itamaraty, e até do Congresso, que mandou uma comissão insípida de senadores a Washington – não foram recebidos nem pela criadagem de Bolsonaro -, criando uma espécie de contraponto institucional. O deputado, que já presidiu a Comissão de Relações Exteriores da Câmara e tem proximidade com assessores do trumpismo, vem atuando nos bastidores para sustentar uma narrativa segundo a qual a solução para a crise tarifária passa por um “gesto político” do Brasil: a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro – e a seu pai, claro.

O jornal espanhol “El País” publicou, mostrando incredulidade, a reportagem “Eduardo Bolsonaro, el hombre que susurra a Trump para que castigue a Brasil” (“Eduardo Bolsonaro, o homem que sussurra a Trump para que castigue o Brasil”), em que diz que esse párea foi um “um dos pricipais arquitetos” do tarifaço e da punição a Alexandre de Moraes. “Cada novo golpe de Trump na economia e nas instituições brasileiras é comemorado com júbilo por Eduardo, enquanto seus aliados se perguntam como terminará a manobra mais arriscada de sua carreira”, escreve o jornal.

Se Carlos Bolsonaro representou a conspiração secreta, montando o esquema virtual de fake news que ajudaram a eleger Bolsonaro em 2018, e que depois foi investigado por criar com o pai uma “Abin Paralela”, a conspiração de Eduardo Bolsonaro se dá sem muitos disfarces. Apoiada, novamente, pelo ex-presidente e família. Com o objetivo de descredenciar a resposta institucional de Brasília, realinhando os rumos da política externa no Brasil. Para sair dessa sinuca de bico, mais que os discursos de Lula, ou as falas de Fernando Haddad e Mauro Vieira, divagando sobre “soberania” e prometendo “medidas de proteção” a setores afetados, é preciso implodir o novo Gabinete do Ódio – seja como for, com uma aceleração das investigações, em andamento, contra essa família miliciana. Não é só uma questão comercial, mas sobretudo política.
Nesse caso, foi uma contenda tarifária, mas Eduardo, o popular “bananinha”, vai aproveitar toda oportunidade que tiver para tentar desestabilizar um governo Lula. Posiciona seu pai como os EUA fizeram antes incensando Juan Guaidó, que foi, enquanto durou o apoio norte-americano, “nommeado” presidente paralelo da Venezuela. Designado, para implodir Nicolás Maduro, em sua Nárnia golpista, o governo norte-americano “elegeu” Guaidó interino por não reconhecer sua releição em 2018, tachando-a como “fraudulenta”. A moeda girou, e agora o Ministério Público da Venezuela, tendo à frente Tarek William Saab, atual procurador-geral da República, solicitou uma ordem de prisão e um alerta vermelho da Interpol contra Guaidó, acusado de supostos casos de corrupção. E, como agora, no caso brasileiro, a perseguição ao governo legítimo da Venezuela, também prejudicou os EUA. As operações da norte-americana Chevron na Venezuela, onde a empresa californiana havia conseguido uma licença para negociar combustível com empresas estatais venezuelanas, ficaram comprometidas.
Eduardo “bananinha” está, como todo fujão – ainda mais depois que a ruiva pistoleira Carla Zambelli, a estúpida, foi presa na Itália – “exilado” nos EUA de Trump, preocupado. Como agora, ao ver sua grande aposta na desestabilização de Lula, quando os EUA prometeram supertarifas amplas, gerais e irrestritas contra exportações brasileiras, vendo o “tarifaço”sair pela culatra – até por ferrar também o consumidor norte-americano, que já enfrenta uma inflação galopante, e as empresas norte-americanas, que precisam dos produtos brasileiros. Após repetir reiteradamente que o dia 1º de agosto seria o prazo final e inadiável para aplicação do tarifaço, o governo dos EUA jogou para a semana que vem a data em que entrarão em vigor tarifas reajustadas por Trump. Mas já há sérias dúvidas, além das 700 “exceções” já criadas, qual será o tamanho do recuo, já que “Trump Always Chickens Out (“Trump sempre amarela”, em tradução livre), como se diz dentro dos EUA, um meme que o ricaço mimado norte-americano odeia.

- Imagem do apátrida Eduardo Bolsonaro em Buenos Aires, em frente a projeções de Trump e Bolsonaro, seus ícones políticos. Foto: Natacha Pisarenko/AP