
Levantamento do IBGE destaca Brasília como referência em hospitalidade e experiências turísticas e indica que o morador da capital é o que mais gasta quando sai da cidade
Os brasilienses estão entre os brasileiros que mais viajam, e também entre os que mais gastam ao viajar. De acordo com dados da PNAD Contínua Turismo 2024, divulgada pelo IBGE, o gasto médio por viagem originada no Distrito Federal é de R$ 3.090, o mais alto do país. O levantamento também revela que 26,7% dos domicílios do DF tiveram pelo menos um morador viajando nos últimos três meses, número que reforça o dinamismo do setor e o poder de consumo do público local.
A Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF) destaca que o perfil do viajante brasiliense reflete a alta renda domiciliar per capita, cerca de 66% superior à média nacional, e a qualidade de vida da capital, que figura entre as melhores no Índice de Progresso Social (IPS) 2025. Segundo o secretário de Turismio, Cristiano Araújo, esse contexto “viabiliza um investimento maior em transporte, lazer e hospedagem”, demonstrando que o morador do DF busca boas experiências e demonstra interesse crescente no turismo de lazer, negócios, educação, gastronomia e cultura.
Entre o litoral e o cerrado
Quando o assunto é destino, os brasilienses mantêm a tradição de escolher as praias como principal opção de lazer. Salvador, Recife e Rio de Janeiro estão entre os mais procurados. No entanto, há também um movimento de valorização dos destinos de natureza e ecoturismo, como a Chapada dos Veadeiros (GO) e Pirenópolis (GO), localizados a poucas horas de Brasília.
Já nas viagens de visitas familiares e de negócios, destaca-se a região Sudeste, sendo São Paulo o estado com maior conectividade aérea com Brasília, o que reforça o papel do DF como um dos principais eixos de deslocamento entre o Centro-Oeste e o Sudeste.
Além das viagens nacionais, os brasilienses também têm aproveitado o Aeroporto Internacional de Brasília (JK) como porta de saída para destinos internacionais, com Miami e Orlando entre as opções mais procuradas neste ano. Essas conexões reforçam a posição de Brasília como hub aéreo estratégico, permitindo acesso rápido a importantes centros turísticos e comerciais do mundo.
Turismo interno
O turismo também cresce dentro do próprio Distrito Federal. Cada vez mais, os brasilienses têm redescoberto a cidade por meio do City Tour, que oferece roteiros culturais e panorâmicos pelos principais pontos turísticos da capital. A gratuidade do transporte público aos fins de semana tem incentivado moradores a explorarem os atrativos de Brasília, como a Catedral, a Torre de TV, o Pontão do Lago Sul, o Eixo Monumental e a Praça dos Três Poderes. Essas iniciativas fortalecem o sentimento de pertencimento, movimentam o comércio local e estimulam o turismo de experiência dentro da própria cidade.
Mais do que números, o turismo do DF revela um comportamento de curiosidade, bem-estar e valorização de experiências de qualidade. O Secretário de Turismo, Cristiano Araújo, ressalta que o brasiliense viaja muito, mas também recebe muitos visitantes, o que transforma Brasília em um ponto de encontro entre culturas e reforça sua vocação como referência em hospitalidade e qualidade de vida.
Crescimento do turismo internacional
O DF também se consolida como destino de turismo internacional. De janeiro a agosto de 2025, 72.513 turistas estrangeiros desembarcaram em Brasília, de acordo com o Ministério do Turismo, representando uma alta de 28% em relação a 2024. Entre os principais países cujos turistas vêm para o país estão Argentina, Estados Unidos, Peru, Colômbia, Portugal, Chile e França.
Outro dado que confirma o protagonismo do DF é a preferência pelo transporte aéreo, utilizado em 46,3% das viagens, superando o carro (40,3%). Brasília é hoje um dos principais hubs aéreos do país, com voos diretos para todas as capitais brasileiras e nove destinos internacionais. Entre janeiro e agosto de 2025, quase 10 milhões de passageiros circularam em voos nacionais no Aeroporto JK, somando entradas e saídas, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos.
Impacto positivo na economia local
O alto poder de consumo do viajante brasiliense tem efeitos diretos sobre a economia. De acordo com a Secretaria de Economia, Brasília já arrecadou mais de R$ 50 milhões de ISS apenas nos oito primeiros meses de 2025, e a previsão é de superar R$ 100 milhões até o fim do ano. Esses resultados reforçam o potencial do turismo como motor econômico, estimulando a oferta de produtos e experiências qualificadas, atraindo novos investimentos e fortalecendo o posicionamento da capital como polo turístico e consumidor.
- O perfil do viajante brasiliense reflete a alta renda domiciliar per capita e a qualidade de vida da capital. Foto: Bento Viana/Divulgação
- Fonte: A partir de informações da Agência Brasília