Analistas de TI voltam alertar governo para evasão de profissionais no setor público

21 de agosto de 2025, 18:49

O governo corre o risco de sofrer um “apagão” de profissionais de Tecnologia da Informação e, por consequência, de serviços prestados ao cidadão com qualidade e segurança; por conta da política que vem adotando de pagamento de salários abaixo dos praticados no mercado aos atuais Analistas de TI Federais. E a responsável por essa situação será a ministra da Gestão, Esther Dweck.

A carreira já não seduz quem está dentro do Serviço Público e começa a correr atrás de alternativas. Na outra ponta, não atrai novos talentos, num setor impactado pela escassez de profissionais que própria transformação digital vem gerando no país e no mundo em geral.

O que tem sido a lógica para um profissional de TI hoje em dia? Trabalhar para um governo ou empresa privada brasileira recebendo em reais e sem nenhum amparo ou benefício trabalhista, quando pode ser muito melhor remunerado prestando serviços fora do país, remotamente?

Se no setor privado ainda não existem respostas para evitar o êxodo e a rotatividade profissional, conjugados com a baixa formação de novos profissionais para suprir as demandas do mercado, imaginem na Administração Federal que ainda paga salários abaixo dos praticados fora do serviço público?

O risco de apagão de mão de obra especializada na Administração Pública Federal existe e vem sendo alertada pelos Analistas de TI. Hoje durante a 7ª Mostra de Tecnologia Brasília Mais TI, o Coordenador Geral de Inovação e Transformação Digital do Ministério de Minas e Energia e Diretor-Presidente da Associação Nacional dos ATIs (ANATI) Luiz Alexandre Rodrigues Silva, apresentou a palestra: “Transformação Digital com Protagonismo” – assista o vídeo.

Ele falou dos desafios que o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicas irá de enfrentar em breve, ao não sentar com a categoria para debater uma nova restruturação, que seja mais ampla e atrativa para reter quem ainda está na carreira e chamar para a contratação os novos talentos. No inicio do governo houve uma tentativa de corrigir a distorção sem sucesso aparente. Desde então, o Analista de Tecnologia da Informação passou à condição de “marginalizado” dentro Ministério da Gestão, que não chama os profissionais para solucionar os problemas.

*O que leva este blog a voltar a tocar na seguinte questão: não seria interesse do governo descartar a sua mão de obra, para facilitar depois a terceirização dos serviços com “parceiros privados”?

  • Ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck: risco do governo sofrer um “apagão” de profissionais de TI. Foto: Rafael Neddermeyer/Agência Brasil

Escrito por:

Jornalista (Reg prof 1618 - DF) 40 anos de profissão, com passagem pelas redações da Radiobras, Jornal de Brasilia, O Globo, Jornal do Brasil, agências de notícias Folhapress e JB, Rádio CBN, IDG Computerworld, Convergência Digital. Editor do blog Capital Digital.

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