
Lula e Guterres têm fala afinada em defesa do meio ambiente e da redução da desigualdade
Para os que viram semelhanças entre as causas defendidas no discurso de abertura dos trabalhos, pelo secretário Geral da ONU, António Guterres, e as falas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm feito em seus encontros internacionais, pode-se afirmar com segurança que não foram coincidência.
Às 8h40 do dia de hoje (19/09) de Nova Iorque, ambos tiveram um encontro e, provavelmente, afinaram algumas pautas de interesse mundial. Nem todas tiveram afinidade, como por exemplo, o combate velado que Guterres fez à exploração de petróleo, não coincide com a vontade de Lula de inspecionar qual o tamanho da reserva da margem equatorial no Amapá, a fim de explorá-la, alegando o direito à transição.
Porém, foram bastante contundentes as críticas de Guterres à questão da desigualdade entre pobres e ricos. Também foi tema que o presidente tem defendido, a reformulação do Conselho de Segurança da ONU, que aos olhos do mundo já deu cochilos históricos e desastrados, como quando não condenou a invasão americana ao Iraque, com base numa denúncia falsa sobre armas químicas irreais.
Guterres falou da importância do papel das mulheres e da valorização da participação dos países da África no cenário mundial. E, principalmente, defendeu uma nova postura dos países desenvolvidos com relação aos países pobres e em desenvolvimento.
Todos os pontos que Lula tem reverberado nos fóruns estiveram contemplados no discurso de Guterres, mas sobre o que falou com mais ênfase e em afinação completa com o presidente, foi defender um planeta tratado com mais responsabilidade e consciência. Seu apelo a que cuidemos da pauta do desenvolvimento sustentável foi um introito para Lula fazer a tradicional abertura dos trabalhos da ONU, historicamente concedido ao Brasil. Foi um alerta de Guterres, mas ao mesmo tempo, um acolhimento das pautas e da fala do presidente brasileiro.