Lula pós-Trump: pusilanimidade depois da mãe de todas as chacinas
A pusilanimidade, intimidação e falta de iniciativa do governo Lula contribuem para uma mudança impressionante na agenda nacional. Até o final de semana, Lula reinava absoluto com Trump na reunião da Malásia. Os debates se davam em torno de postura corporal e altivez do presidente, antes mesmo do jogo começar. Na terça-feira, tudo mudou.
A impressionante e brutal ação da extrema-direita brasileira, impulsionada pela métrica trumpista de “narcoterrorismo” (usada nas ameaças à Venezuela e Colômbia, pautas que o governo foge) e animada pela vitória de Milei, no domingo, mudaram totalmente a chave.
Muda a conjuntura. A hegemonia frágil de uma ideia pouco concreta de soberania (sem materialidade para a população) dá lugar ao impulso da mãe de todas as chacinas.
Uma ação de alucinante ousadia, que coloca no bolso a grande mídia, várias facções do PT (Quaquá, Rui Costa etc.) e a base aliada no Congresso (Alcolumbre puxa a fila).
As eleições de 2026 deixam de ser um passeio. Lula se dobra a Claudio Castro: a entrevista de Lewandovsky com o governador carioca entrará para a história como a imagem da capitulação.
Se não havia polarização nos pressupostos dos projetos econômicos da extrema-direita e do PT (com graus e intensidades distintos ambos praticam o binômio austeridade & privatização), agora a mescla se completa da mal-denominada política de segurança.
Castro mata e o governo federal fala em endurecer o jogo, enquanto o chefe do executivo posta atrás de uma nota pífia, escrita no mais puro estilo rolandolero.
Disputa de hegemonia é isso: o fascismo consegue objetivamente fazer a opinião pública crer que sua sede de sangue representa a defesa dos interesses gerais da sociedade, sem resistência significativa.
A ver como conseguiremos realizar mobilizações públicas contra o consenso da vergonha. A pior maneira de se caminhar até outubro de 2026 será de salto alto.
- Lewandowski e Cláudio Castro anunciam escritório emergencial para enfrentar crime organizado no Rio de Janeiro. Foto: Jornal Nacional/ Reprodução