Na ONU, Lula chama massacre palestino como se deve: “genocídio”

23 de setembro de 2025, 12:23

Durante discurso de abertura na 80° Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Luís Inácio Lula da Silva fez o que muitos líderes mundiais ainda evitam: chamou o massacre do povo palestino em Gaza pelo que é: GENOCÍDIO.

Sem rodeios, Lula denunciou a cumplicidade das potências ocidentais, cujas omissões (quando não apoio direto) permitiram que a Faixa de Gaza se tornasse um cemitério a céu aberto. E foi além: criticou duramente os Estados Unidos por mais um veto ao cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU e pela tentativa de silenciar a Palestina ao barrar representantes e o líder Mahmud Abbas da conferência de hoje.

O presidente brasileiro também não poupou críticas às big techs, que vêm atuando como vetores de ódio, desinformação e instabilidade política em países do Sul Global. Acusou-as de serem cúmplices no enfraquecimento das democracias e no avanço da extrema direita. Lula ainda apontou os crimes históricos do imperialismo estadunidense contra Cuba e Venezuela — dois países asfixiados por bloqueios econômicos — e reafirmou a soberania do Brasil diante das pressões externas impostas pelo governo Donald Trump.

O discurso de Lula não apenas reafirma o Brasil no cenário internacional como uma voz crítica e ativa: ele também representa um alento para os povos dos países periféricos, cansados de serem tratados como peças descartáveis no xadrez geopolítico das grandes potências. Um posicionamento que orgulha o povo brasileiro e faz ecoar, nos corredores da diplomacia internacional, uma verdade incômoda: o silêncio, diante do massacre em Gaza, é uma forma de cumplicidade.

  • Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura do Debate Geral da 80.ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas: “Genocídio em Gaza”. Foto: Ricardo Stuckert/PR – Ricardo Stuckert/PR

Escrito por:

Radicada em Lisboa, é jornalista correspondente de Opera Mundi e escreve em veículos como Jacobin Brasil, Jornal Expresso e Rádio TSF Portugal. Atuou em redações como Revista Brasil Já e Sapo Mag, além de contribuir para diversos meios, entre eles Brasil de Fato, ICL Notícias, Brasil 247, DCM, Correio Braziliense e Rádio Bandeirantes. Cobriu conflitos como as guerras da Ucrânia e do Líbano, as eleições presidenciais na Rússia, as eleições judiciais no México e a Cúpula do Brics, em Kazan e no Rio. Seus principais focos são guerras, conflitos, direitos humanos, migrações, habitação, política e cultura.

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