Ato contra Jair Bolsonaro e, no círculo, o militante Marcelo Arruda, assassinado por bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR) (Foto: Oliven Rai / Mídia Ninja – Reprodução)

Olho por olho, dente por dente

11 de julho de 2022, 23:25

Ontem foi um dia triste e duro para todos nós, porque foi o dia em que nos deparamos com a realidade que já antecipávamos: a concretização da violência tão anunciada e pretendida por Bolsonaro, desde sua campanha em 2018.

Ao longo desse tempo, ele alimentou cotidianamente esse projeto, com impressionante determinação.

Expressou isso em seus discursos, lives e cercadinhos em todas as oportunidades.

Liberou e estimulou o uso de armas de fogo. Os clubes de tiro proliferaram por todos o país. Coisa que jamais cogitamos e de que muitos jamais haviam ouvido falar, num país sem histórico de guerras e que imaginávamos pacífico, exceto nos fronts habituais da violência urbana e da disputa de terras. 

Na bolha da disputa para sobreviver no dia a dia muitos não se davam conta do perigo que nos rondava, do ovo sendo chocado pela serpente odienta.

Bolsonaro foi perseverante. Fez do circuito dos aniversários e solenidades nos quartéis militares uma rotina. Onde quer que houvesse uma comemoração de farda, estava lá, “prestigiando”, e angariando a simpatia dos de baixa, solidário com as causas daqueles  formados “para matar”, disciplina em que se diz especializado.

Em sua cruzada para se tornar ditador de direito, governou como ditador de fato. Ao atropelo das leis, ignorando a Constituição, os códigos penal e civil, aparelhando instituições, exigindo submissão absoluta, ao melhor modelo das organizações mafiosas. Vingando-se de quem o contrariava. 

Conjugando a cartilha do olho por olho, dente por dente, e dos lugares comuns do crime, como “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Agora, chocado o ovo, as bestas feras estão por toda parte, salivando ansiosas para atacar. Acorda, Brasil!

Escrito por:

Formação acadêmica: Conservatório Nacional de Teatro 1967-1969, Rio de Janeiro
Jornalista, atriz e diretora do Instituto Zuzu Angel/Casa Zuzu Angel - Museu da Moda. Manteve colunas diárias e semanais, de conteúdos variados (sociedade, comportamento, cultura, política), nos jornais Zero Hora (Porto Alegre), O Globo, Última Hora e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), onde também editou o Caderno H, semanal.
Programas de entrevistas nas TVs Educativa e Globo.
Programas nas rádios Carioca e Paradiso.
Colaborações e/ou colunas nas revistas Amiga, Cartaz, Vogue, Manchete, Status, entre outras publicações).
Atriz de Teatro, televisão e cinema, de 1965 a 1976
Curadoria de Exposições de Moda: Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Itau Cultural, Paco Imperial, Casa Julieta de Serpa, Palacio do Itamaraty (Brasilia), Solar do sungai (Salvador).
Curadoria do I Salao do Leitor, Niterói

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