Jair Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Prisão de Bolsonaro será disciplinadora

18 de fevereiro de 2023, 18:54

A cada dia mais me escandalizo com a insistência da imprensa brasileira em normalizar uma figura política monstruosa, incompetente e irresponsável como Bolsonaro, enquanto a mídia estrangeira se mantém horrorizada com ele. 

Vejo analistas e comentaristas políticos se referirem ao governo passado como se este tivesse sido algo regular, e não uma evidente anomalia, um governo disfuncional, um período distópico da vida brasileira. 

Todo surto de esquizofrenia necessita tratamento até ser retomada a sanidade. Com o estado brasileiro não será diferente. Não se salta do caos absoluto para o corriqueiro, num piscar de olhos. Há que se providenciar a recuperação até a cura.

Para o Brasil retomar a normalidade suas instituições devem dar o melhor exemplo, a partir da imprescindível responsabilização criminal de Bolsonaro e seus comparsas. Essa alegação de que ele “vai virar mártir” não cabe para quem é um vilão assumido e convicto, vide “Argentina 1985”, em que a condenação dos arrogantes malfeitores fardados os sentenciou para a História.

Os efeitos da malignidade de Bolsonaro se espraiaram pela nação brasileira em todos os campos. Bolsonaro estuprou o Brasil, com violência e torpeza. Das florestas à economia, da dignidade ao conhecimento, da saúde à compostura, à inocência, nada foi poupado em sua ação predatória. 

De tal forma que as feridas deixadas por ele na vida brasileira dificilmente cicatrizarão. O trauma será longo, se não for perpétuo. 

Bolsonaro precisa ser responsabilizado, sim, levado aos tribunais, locais e internacionais, julgado e condenado. Precisa ser preso, sim, porque ele fez por onde. Caso isso não ocorra, será uma desmoralização para a Justiça brasileira, terá sido o crime perfeito, abrindo caminho para outros projetos de destruição de nosso estado.

Os que não se deram conta disso, que se mirem no exemplo do próprio Bolsonaro, que se mantém a cuidadosa distância do Brasil, à espera de a poeira baixar. 

Sua prisão não provocará comoção alguma, ao contrário do que alguns receiam. Será uma ação disciplinadora, educativa até. Ela fará vermes, ratos e lagartos retornarem aos grotões lamacentos de onde emergiram – e que jamais deles retornem – confirmando a tese de que todo fascista é, por princípio e natureza, um covarde.

Escrito por:

Formação acadêmica: Conservatório Nacional de Teatro 1967-1969, Rio de Janeiro
Jornalista, atriz e diretora do Instituto Zuzu Angel/Casa Zuzu Angel - Museu da Moda. Manteve colunas diárias e semanais, de conteúdos variados (sociedade, comportamento, cultura, política), nos jornais Zero Hora (Porto Alegre), O Globo, Última Hora e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), onde também editou o Caderno H, semanal.
Programas de entrevistas nas TVs Educativa e Globo.
Programas nas rádios Carioca e Paradiso.
Colaborações e/ou colunas nas revistas Amiga, Cartaz, Vogue, Manchete, Status, entre outras publicações).
Atriz de Teatro, televisão e cinema, de 1965 a 1976
Curadoria de Exposições de Moda: Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Itau Cultural, Paco Imperial, Casa Julieta de Serpa, Palacio do Itamaraty (Brasilia), Solar do sungai (Salvador).
Curadoria do I Salao do Leitor, Niterói

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