
Tarcísio de Freitas assume o comando da afronta a Alexandre de Moraes

Na terça-feira pela manhã, na abertura da sessão do Supremo, ao fazer a defesa do seu relatório sobre o processo contra o núcleo do golpe, o ministro Alexandre de Moraes alertou:
“Confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento significa impunidade e desrespeito à Constituição Federal, e mais, significa incentivo a novas tentativas de golpe de Estado”.
Covardia do apaziguamento. Não era o que Tarcísio de Freitas tentava articular, na mesma manhã, com líderes da extrema direita e do centrão no Congresso. Era afronta mesmo, no dia em que o STF começava a decidir o que fazer com os chefes golpistas.
Tarcísio dedicava-se sem disfarces às articulações para a anistia de Bolsonaro. No mesmo instante em que Moraes alertava para os movimentos dos covardes:
“Nesses momentos, a história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação, pois o caminho aparentemente mais fácil e só aparentemente, que é da impunidade, deixa cicatrizes traumáticas na sociedade e corrói a democracia, como lamentavelmente o passado recente no Brasil demonstra”.
Omissão e covardia não levam à pacificação. Levam à impunidade. Mas Tarcísio desistiu de ser omisso ou covarde. O extremista moderado assume a comissão de frente da anistia.
Tanto que, no mesmo dia em que se deflagrava o julgamento dos chefes do golpe, União Brasil e PP decidiam que todos os detentores de mandatos dos partidos devem abandonar o governo, para que possam se engajar ao projeto da anistia.
Tarcísio os mobilizou ao cumprir o que combinou com Bolsonaro. Foi a Brasília e avisou que o centrão e a extrema direita poderiam tocar em frente o projeto da anistia. Ele vai carregar a bandeira, como condição para que seja o escolhido por Bolsonaro.
Enquanto Moraes se referia aos ataques e à tentativa de coação dos que atacaram o Supremo, em recados à família golpista e a Trump, Tarcísio de Freitas fidelizava a base fascista e dizia ao centrão que é preciso desafiar as decisões de Moraes e do STF.
Ciro Nogueira, Valdemar Costa Neto, Sóstenes Cavalcante a agregados passam o bastão para Tarcísio, que até agora era chamado de omisso por Eduardo Bolsonaro.
Não há mais do que a família reclamar. O governador determina que Hugo Motta tire o projeto da gaveta e deixa de governar para lutar pela anistia e cuidar da pré-candidatura.
Covardia, apaziguamento, coerção, impunidade e golpismo. As palavras saíam da boca de Moraes, no Supremo, como se fossem legendas das movimentações em torno de Tarcísio com a sua turma no Congresso.
A anistia ganha a sua estrela e o golpismo começa a ser ressuscitado, sem escrúpulos e com bastante empáfia. No momento mais importante para o Judiciário desde o resgate da democracia há 40 anos, Tarcísio insultou Alexandre de Moraes.
- Imagem gerada em IA