
Financiador de morte de advogado era “patriota” da turma de Bolsonaro na AMAN
Etevaldo Luiz Caçadini é um coronel, oficial, portanto, do Exército Brasileiro, formado pela Academia Militar de Agulhas Negras – AMAN -, em 1977, na turma de Jair Messias Bolsonaro. Essa turma se intitulou: “Turma Tiradentes”, cujo lema era o do alferes Joaquim da Silva Xavier: “Se dez vidas tivesse, dez vidas daria” (pela pátria).
Eram também da Turma de 1977 o general Lorena Cid (pai de Mauro Cid) e o general Leal Pujol, que veio a ser comandante do Exército, entre 11 de janeiro de 2019 e 20 de abril de 2021, tendo sido o primeiro colocado da turma de cavalaria naquele ano. Nesse período, embora pelo que se saiba tenha se mantido distante das confabulações, nasceram os grupos radicais os “patriotas” que englobam desde Walter Barga Netto, até Augusto Heleno, passando por Paulo Sergio de Oliveira, que também galgou o posto de comandante da Arma, tendo substituído o general Pujol em 20 de abril de 2021, e permanecendo no cargo até 31 de março de 2022, quando deixou o posto para assumir o ministério da Defesa.
A afinidade da “família militar” levou de roldão para a trama golpista os mais próximos a Bolsonaro. E veio nesse grupo Etevaldo Luiz Caçadini, que agora surge no noticiário policial, como o financiador do assassinato do advogado Roberto Zampieri.
O coronel está entre os signatários de uma manifestação política coletiva de oficiais da reserva, – algo no mínimo antiético para não dizer, em tese, ilegal -, publicada em 26 de maio de 2020. Na época o comandante do exército era o general Pujol, que a rigor deveria ter punido os da ativa que assinaram o documento, mas nada fez. Deixou florescer a rebeldia nas tropas, que culminou na formação de uma estrutura de poder: uma ABIN informal, investigações à margem da lei, um sistema próprio de comunicação (o chamado “gabinete do ódio”)…
A crise resvalou para uma nota ameaçadora do general Augusto Heleno, que havia confrontado o Supremo Tribunal Federal (STF), em que o presidente de então era alvo de inquérito por supostas interferência na Polícia Federal
Para os mais atentos, é possível que vejam, por exemplo, semelhança entre o arsenal utilizado pelo grupo “paramilitar” – com tabela e um estafe integrado por garotas/garotos de programa, técnicos em tecnologia e outros profissionais usados para atrair e monitorar suas vítimas, com gradação de valores na tabela dos assassinos: pessoas comuns, 50 mil; senadores, 100 mil e ministros do Supremo 250 mil -, e o usado na Operação Copa.
O arsenal planejado pelo grupo incluía cinco fuzis com silenciador, 15 pistolas com silenciador, lança-rojão de ombro, minas magnéticas, explosivos com detonação remota, placas frias e até veículos para fuga, como Doblós e carros médios. Parte dessas armas foi apreendida pela PF em Minas Gerais.
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