Buraco do tatu: consideradas precárias e perigosas para pedestres, passagens subterrâneas do Plano, ussadas pela maioria do povo, começam restauração, começando pela 102 Sul

12 de junho de 2025, 01:28

A população, fazia tempo, já pedia melhorias numa das “invenções” do projeto urbanístico do Plano Piloto, adaptado nos anos 70: as passagens subterrâneas, que, de boa ideia para evitar um atropelamento no veloz Eixo Rodoviário de Brasília, passaram, por falta de manutenção, a se tornarem lugares perigosos, mal conservados, sem policiamento, limpeza e lúgubres dos subterrâneos da capital. Pior: sem alternativas, 80% da população de Brasília reconheceu usar essas passagens para atravessar vias movimentadas, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF). No entanto, as passagens encontram-se em situação de precariedade, com poças de água, pichações, infiltrações e rachaduras, fora a falta de policiamento.

Numa passagem subterrâea hoje há pouca luz, água empoçada, pouco movimento e pichações de “artistas” nas paredes. O problema é nunca saber o que – ou quem – encontrar no fim do túnel. Foto: Gabriel Lima

Para tentr mudar essa realidade de décadas, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) iniciou um projeto de manutenção dessas passagens, começandopela estrutura da 102 Sul – ao término, passarão para a 104 Sul e seguirão para as demais. Cerca de R$ 4 milhões foram destinados exclusivamente à recuperação dessas galerias. As intervenções incluem pintura, recomposição do piso, substituição de grelhas danificadas e manutenção completa da iluminação, em parceria com a Companhia Energética de Brasília (CEB).

Fazia tempo. A última reforma significativa nessas passagens ocorreu há mais de uma década – com o tempo, a degradação fez com que parte da população evitasse as galerias. Um dos principais desafios enfrentados é o vandalismo. Em locais como a passagem da 211 Sul, há relatos de furto das grades de escoamento de água, deixando valas expostas e oferecendo risco de acidentes para pedestres e ciclistas. Como foi informado, pichações e depredações de luminárias também comprometem a conservação dos espaços.

Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPE-DF) apontou que, na maioria das travessias subterrâneas, os brasilienses presenciaram situações de insegurança como furto ou roubo. Pelo menos 65% passaram por situações do tipo. Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Além das obras físicas, a população pode contribuir para a conservação das passagens. Denunciar atos de vandalismo, evitar jogar lixo nas canaletas e zelar pelo espaço público são atitudes essenciais para garantir a durabilidade das melhorias. A Polícia Militar orienta que, diante de situações suspeitas ou ocorrências, os moradores acionem o telefone 190. A colaboração da comunidade é fundamental para coibir práticas criminosas e permitir ações preventivas nesses locais de grande circulação.

“Estamos falando de trajetos muito utilizados pela população, inclusive à noite. Acreditamos que essa ação vai aumentar a sensação de segurança, acessibilidade e conforto para todos”, afirma o presidente da Novacap, Fernando Leite. “A nossa intenção é implantar um sistema de monitoramento 24 horas. Vamos contratar uma empresa terceirizada para fazer rondas frequentes e substituir imediatamente o que for danificado, evitando que a população fique exposta a riscos”, explica o diretor de Cidades da Novacap, Raimundo Silva. “Nosso objetivo é deixar as passagens renovadas e prontas para uso.”

Imagem de uma típica passagem subterânea do Plano. Para especialistas, descaso é fruto de uma política que privilegiou as obras para o transporte automotivo. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Fonte: A partir de informações da Agência Brasília/Companhia Urbanizadora da Nova Capital  (Novacap)

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