Eduardo Bolsonaro só não atacou ainda o PCC

20 de setembro de 2025, 15:11

Eduardo briga com inimigos e com aliados por ser um apostador sem saída. O filho apostou tudo o que tinha na bet da eleição do ano que vem. Jogou todas as suas poupanças políticas num candidato: ele mesmo. 

Não deu certo. Sabemos agora que Eduardo não defende a anistia ampla porque a prioridade seria salvar o pai. Defende para se habilitar a ser o seu herdeiro político e disputar a eleição de 2026 contra Lula.

O filho tinha certeza de que, ao fugir para os Estados Unidos e de lá atacar o Supremo, o governo e o Brasil, estaria credenciado, por hereditariedade, arrogância e destemor, a ser o líder não só da extrema direita no lugar do pai. 

Líder de toda a direita e principalmente da base fiel do fascismo, para impedir que Tarcísio de Freitas e outros que vinham atrás, como falsos bolsonaristas e pangarés para 2026, prosperassem como alternativas, como Zema, Ratinho e Caiado.

Eduardo é o mais barulhento, o mais ameaçador e o mais inescrupuloso de todos, até porque conseguiu mobilizar Trump contra o Brasil, mas internamente não tem a força que achou que teria. Eduardo queria, já agora, estar no trono que era do pai. 

Planejou tirar Tarcísio do jogo para ter os lastros parlamentar e religioso do bolsonarismo e depois os donos do centrão e da velha direita falando por ele no Brasil. A direita antiga viria a reboque do novo fascismo, porque ele seria o candidato natural anti-Lula.

O que aconteceu é que Eduardo brigou com Tarcísio e com o pai, que chamou de ingrato, e agora briga com Valdemar Costa Neto e com Paulinho da Força. E não ganhou nada. 

Briga porque não tem a relevância que achou que teria e porque, segundo Valdemar, sem o pai ele não seria nada. O dono do PL fez a declaração definitiva e sem volta a respeito de Eduardo: um nada, que seria um cabo sem jipe se não fosse o suporte do pai.

Mas Eduardo expõe a ingratidão do pai, acusa Paulinho da Força de participar de acordo infame pela redução das penas dos golpistas e diz que Valdemar comete uma canalhice ao dizer que ele não é nada. Eduardo é um desatinado sem apoio, sem liderados e sem perspectiva.

Mesmo que a anistia viesse a prosperar no Senado, isso não significaria que ele seria vitorioso e o escolhido, porque a direita quer Tarcísio e não um extremista desgovernado. 

Eduardo só não atacou ainda o PCC, porque o PCC é parte orgânica da Faria Lima e estará dentro do Congresso, se a PEC da Bandidagem avançar. O filho sabe que com a Faria Lima e o PCC não se brinca.

  • Imagem gerada m IA

Escrito por:

Moisés Mendes é jornalista de Porto Alegre e escreve no blogdomoisesmendes. É autor de ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim). Foi editor de economia, editor especial e colunista de Zero Hora.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *