Jair Bolsonaro (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil | Marcelo Camargo/Agência Brasil | Reuters/Adriano Machado)

Está chegando a hora

28 de outubro de 2022, 14:40

Pelo que li e leio, houve, é verdade, incidentes aqui e acolá, mas sem maior gravidade – ao contrário do que se poderia esperar, graças à virulência desenfreada do boçal desequilibrado que nos preside.

Ese é o panorama que vejo no começo da tarde desta sexta-feira, horas antes do debate noturno.  

Há um silêncio atordoante, ao menos nesta parte do Jardim Botânico em que moro, no Rio de Janeiro.

Não se trata exatamente de uma atmosfera de tranquilidade. Ao contrário: o que sinto, repito, aqui onde moro, é uma tensão palpável no ar.

Confesso que estou confiante na vitória de Lula no domingo, e torcendo por uma diferença robusta de votos, para eliminar qualquer dúvida.

Assim, o problema não é ganhar nas urnas. O que me deixa tenso, e muito, é o que virá depois, e ese “depois” tem, no meu entender, duas delicadas etapas.

A primeira delas: como irão reagar os seguidores mais radicais de Jair Messias?

Confesso que tinha esquecido esse medo que me assola: o medo de sair na rua e ser vítima de violência de um bando de tresloucados.

Como irão reagir o próprio Jair Messias e sua quadrilha, a começar pelos filhotes, principalmente o mais idiota deles, Dudu Bananinha, e o mais desvairado, o Carluxo?

Roberto Jefferson é um exemplo nítido e palpável do grau de bestialidade que se espalha não apenas pelo bando em questão, mas também por grossas colunas de seguidores radicais dessa bestialidade toda.

E a segunda etapa desse “depois”, também tremendamente preocupante: o que farão o pior presidente da história da República e seus ministros, cada um pior que o outro, da segunda-feira 31 de outubro até o primeiro dia do ano que vem, quando Lula asumirá?

Está mais que comprovado que a capacidade de destruição desse governo é infinita e se supera a cada dia ou quase.  

Como se não bastasse a herança de destruição que esse bando deixará, é bem possível que daqui até 31 de dezembro mais pontos essenciais daquilo tudo que foi erguido ao longo de décadas e vem sendo destroçado há quatro anos sejam explodidos.

É preciso estar preparado para qualquer coisa. Jair Messias sabe que, uma vez fora da poltrona presidencial, são colossais as chances de ser despachado para uma cadeia.  

E isso é assustador não apenas para ele, mas para qualquer brasileiro lúcido: para ele, por causa da prisão; e para nós, por causa do que ele irá fazer para escapar de ir preso.    

Está chegando a hora de votar, mas também está chegando a hora de temer, cada vez mais, pelo que virá depois.   

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Escrito por:

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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