Marcelo Arruda, militante do PT assassinado pelo bolsonarista Jorge da Rocha Guaranho (Foto: Reprodução)

Foi dada partida ao projeto de violência da campanha de Bolsonaro

12 de julho de 2022, 22:23

Dois meses antes de ser morto pelo agente penal bolsonarista, José da Rocha Guaranio, o guarda municipal Marcelo Arruda disse numa palestra que os agentes de segurança não alinhados a Bolsonaro, como ele, seriam as primeiras vítimas de uma escalada de violência prevista para ocorrer no país por ocasião da campanha eleitoral.

Pelo que se depreende da matéria, publicada na BBC.com, é tudo combinado.

Não foi uma reação espontânea de ódio do bolsonarista louco, ao passar na frente do clube, no final de uma rua sem saída, e ouvir os risos de petistas felizes. Foi a prática criminosa de fazer o “reconhecimento do local” antes de voltar para cumprir a missão de matar.

Não foi um ataque de fúria de quem acordou de ovo virado. Foi a obediência a um plano de eliminação, a um projeto com método, visando prioritariamente exterminar os agentes de segurança de esquerda. Aqueles que Bolsonaro não conseguiu cooptar em sua obstinada bajulação nos quartéis, ao longo de quatro anos, desde a campanha em 2018. 

O objetivo seria eliminar os policiais “não alinhados”, os que raciocinam e não se deixaram influenciar pela adulação do aspirante a ditador. 

O objetivo final seria deixar o povo completamente indefeso, à mercê da ferocidade de policiais munidos com armas compradas por nós e sob a mira de para-militares, de milicianos e daquelas Forças Armadas, que interpretam que devem agir de acordo com os caprichos da besta, e não do que reza a Constituição. 

Esse povo, que não apoia Bolsonaro e deve ser controlado “a bala”, é a grande maioria do Brasil. São os 70% que não votam nele. São os 55% que o rejeitam peremptoriamente. 

Tudo muito estranho e com cheiro de pólvora queimada em assassinatos a sangue frio…

No dia seguinte a essa “ação”, aparentemente planejada, Eduardo Bolsonaro festejou aniversário com um bolo que reproduzia um revólver. E ainda colocou a filhinha pra soprar as velas, pedagogia de uma família sanguinária. Pobre criança. 

Um bolo de revólver não se faz de uma hora pra outra. Tem que providenciar com antecedência a forma especial, fazer o confeito elaborado. Esse bolo seria a mensagem necessária para sacramentar a ação do policial assassino e influenciar as redes sociais em sua defesa.

Ah, e ainda há, como possível evidência para confirmar o que Marcelo Arruda disse antes de ser morto (ler na imagem), a foto do Dudu Bananinha ao lado do criminoso, como parceiros sorridentes. Eles seguramente já se conheciam!

#pedagogiadocrime #dudubananinha #projetodemorte

Escrito por:

Formação acadêmica: Conservatório Nacional de Teatro 1967-1969, Rio de Janeiro
Jornalista, atriz e diretora do Instituto Zuzu Angel/Casa Zuzu Angel - Museu da Moda. Manteve colunas diárias e semanais, de conteúdos variados (sociedade, comportamento, cultura, política), nos jornais Zero Hora (Porto Alegre), O Globo, Última Hora e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), onde também editou o Caderno H, semanal.
Programas de entrevistas nas TVs Educativa e Globo.
Programas nas rádios Carioca e Paradiso.
Colaborações e/ou colunas nas revistas Amiga, Cartaz, Vogue, Manchete, Status, entre outras publicações).
Atriz de Teatro, televisão e cinema, de 1965 a 1976
Curadoria de Exposições de Moda: Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Itau Cultural, Paco Imperial, Casa Julieta de Serpa, Palacio do Itamaraty (Brasilia), Solar do sungai (Salvador).
Curadoria do I Salao do Leitor, Niterói

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