
Lula, estamos em guerra

Flávio Dino mandou a Polícia Federal investigar os desmandos e crimes de lesa-humanidade cometidos pela quadrilha de Jair Bolsonaro, durante a pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2023, quando, oficialmente, morreram 700 mil brasileiros vítimas da doença. Desses, 400 mil poderiam ter sido salvos, não fosse a sanha genocida do Messias.
Dino, ao que parece, é a única peça da entourage lulista a ter percebido o óbvio: de que estamos em guerra.
Os demais se tropeçam e se confundem, como personagens laterais de uma ópera-bufa. Juntos, se acovardam, ora sob a manta ungida da correlação de forças, ora sob o cinismo puro e simples, certos de contar com a complacência de uma militância rebaixada, imune à crítica e ao ridículo.
Lula já disse, mais de uma vez, que não quer briga com ninguém. Perdeu, pode-se dizer, o viço da luta. A única verdade: pacifismo é o medo de lutar. É um paradoxo, não há paz sem luta, nos esbofeteia a História. Não querer brigar é o único caminho certo para a derrota.
Estamos sob o ataque dos EUA, uma insanidade imperialista baseada na humilhação de uma nação amiga e na renovação de votos da burguesia interna, mais sórdida e entreguista do que nunca.
No Congresso, as bancadas da reação se revezam na produção de falsos escândalos, fake news e surtos de agressividade para estressar o noticiário de uma mídia sempre disposta a ajudar. Tomaram o País de refém para criar leis que lhes garantam cometer crimes e se autoproteger da Justiça. Sentam na cadeira do presidente da Câmara e se divertem com seus modos de bufão.
Dino, togado para a guerra, percebeu a dimensão do próprio papel e decidiu cumprir com as expectativas sobre a persona política que fixou no imaginário político. Foi para cima do orçamento secreto, agora, vai para cima do setor genocida do bolsonarismo.
E Lula ainda não deu a ordem, não levou as tropas para os campos, para proteger os indígenas, os quilombolas e as trabalhadoras da terra. As mantém inertes, sob a guarda adestrada de Zé Múcio.
Não convocou a Receita a cobrar dos caloteiros de alto coturno, a fiscalizar-lhes as entranhas. Ainda comemora o Plano Safra. Não extinguiu os benefícios fiscais dessa turma afeita ao golpismo.
Lula ainda não entendeu que estamos em guerra.
- Imagem gerada em IA