Colheita de milho (Foto: Nacho Doce/Reuters)

Mais uma conquista do governo diabólico de Bolsonaro: alimentos sem prazo de validade

28 de julho de 2022, 11:30

A senadora ruralista Simone Tebet fez seu primeiro discurso como candidata à Presidência da República, e já começou errando. Não me refiro ao fato de ela ter chamado coquetel Molotov de coquetel Molotok (faz pensar, seria um coquetel do TikTok?).

Errou porque na mesma data passou a vigorar a nova lei do Agro, campo de sua atuação e campeão em emplacar leis contra o povo e até em mudar cláusulas pétreas constitucionais. É o lobby mais forte e mais poderoso do Congresso brasileiro. 

Apesar de o lobby, no Brasil, não ser regulamentado, ele não é proibido, e no atual desgoverno os absurdos correm soltos. 

Somos o país no mundo que mais liberou agrotóxicos, os mais venenosos. Não é de se estranhar o número crescente de amigos, parentes e conhecidos que têm câncer ou morrem dele.

Há o dedo ruim do Agro em tudo de pior, nas queimadas das matas e florestas, nas invasões de terras para ampliar sua área de plantações em grilagens, na matança de trabalhadores rurais e de indígenas. 

Para vocês terem leve ideia, a plantação, no Brasil, de soja para exportação já ocupa 50 milhões de hectares! A soja é uma commoditie negociada nas bolsas internacionais, que é vendida e comprada antes mesmo de ser plantada e colhida.

Por essas e outras, o nosso abençoado feijão preto de cada dia corre o risco de sumir das prateleiras do país no segundo semestre. O Agro não tem interesse em planta-lo, porque estrangeiro não come. Exportações não pagam imposto no Brasil.

Entre outras calamidades, o lobby do Agro conseguiu plantar e implantar em nossas vidas esta nova lei escabrosa, inaugurada no dia do discurso da Tebet, de os alimentos serem vendidos nos supermercados e similares sem prazo de validade. O argumento esperto deles é de que é “pra evitar o desperdício”, quando é para vender a xêpa, o resto, o podre, que por lei eram descartados até anteontem, e hoje o consumidor compra a preço de primeira qualidade.

Motivo: ao Agro não interessa produzir para o Brasil, é melhor vender para o estrangeiro. 

Já imaginaram um latifundiário do Agro na Presidência do Brasil?

Vão pensando…

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Escrito por:

Formação acadêmica: Conservatório Nacional de Teatro 1967-1969, Rio de Janeiro
Jornalista, atriz e diretora do Instituto Zuzu Angel/Casa Zuzu Angel - Museu da Moda. Manteve colunas diárias e semanais, de conteúdos variados (sociedade, comportamento, cultura, política), nos jornais Zero Hora (Porto Alegre), O Globo, Última Hora e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), onde também editou o Caderno H, semanal.
Programas de entrevistas nas TVs Educativa e Globo.
Programas nas rádios Carioca e Paradiso.
Colaborações e/ou colunas nas revistas Amiga, Cartaz, Vogue, Manchete, Status, entre outras publicações).
Atriz de Teatro, televisão e cinema, de 1965 a 1976
Curadoria de Exposições de Moda: Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Itau Cultural, Paco Imperial, Casa Julieta de Serpa, Palacio do Itamaraty (Brasilia), Solar do sungai (Salvador).
Curadoria do I Salao do Leitor, Niterói

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