
O destino de Bolsonaro: façam suas apostas

São informações aparentemente conflitantes que a família e os mais próximos passam diretamente nas redes ou aos jornalistas amigos das corporações de mídia. As informações mais recentes enviadas a esses jornalistas são de que Bolsonaro sabe que irá preso.
Valdemar, Ciro e Kassab mandam avisar: Bolsonaro não ficará em casa. Porque ninguém, nem Michelle aguenta mais. O recado é explícito: a velha direita quer Bolsonaro contido, para que as muitas facções hoje fracionadas tentem se rearticular em torno de alguém.
Deveriam estar se reorganizando em torno de Tarcísio, porque não há como apostar num líder que não consegue ficar acordado no meio da tarde de uma segunda-feira. Mas Tarcísio fugiu até da missa de domingo em Aparecida, por medo de ser vaiado pelos anjos da basílica.
Tarcísio está mais inseguro, principalmente depois das últimas pesquisas em que Lula se distancia dele. E transmite insegurança aos que esperam declarações firmes à altura de quem governa São Paulo.
Tarcísio também quer Bolsonaro preso, talvez seja que mais queira. Mas a Folha diz em manchete que ele é ambíguo, por não saber se mantém os ataques a Alexandre de Moraes, se corre para o centro, se esconde o boné de Trump e se continua passando pano para as suspeitas de envolvimento do PCC nos crimes do metanol.
Ao tratar Tarcísio como ambíguo, a Folha recorre a um eufemismo, para não dizer que o extremista moderado é um vacilão que teme os Bolsonaros, o centrão, a Faria Lima, os pastores e a Globo e sabe que o crime organizado pode surpreendê-lo com más notícias ainda esse ano. Tarcísio teme mesmo ser goleado por Lula.
Enquanto isso, a semana começa com mais uma informação sobre a crise de soluço de Bolsonaro e o pedido para que ele seja visitado por um médico. A direita é hoje mais uma questão de saúde do que de política.
- O ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília-DF, onde cumpre prisão domiciliar. Foto: Diego Herculano/Reuters