Jair Bolsonaro, Michel Temer e Alexandre de Moraes (Foto: Divulgação)

O sonho que se sonha só é só um sonho que sonha só. O sonho que se sonho junto é realidade

10 de setembro de 2021, 15:17

Bolsonaro convocou o povo pra insurreição, pra quebrar tudo, escalpelar, matar, que ele garantia, porque ele é o comandante-em-chefe das Forças Armadas.

A Nação ficou em suspense por meses, desde que ele anunciou um 7 de Setembro “do babado”. 

Jair iria barbarizar!

O país parou uma semana, respiração presa na expectativa do pior. Os ricos, animados, fizeram o “brunch do esquenta das manifestações” em suas coberturas.

Com o sol na cabeça, no asfalto, ficaram os zumbis do Exército de Bolsonaroleone.

Mas o golpe deu ruim, os militares prontos pra agir fizeram cara de paisagem, e os caminhoneiros grevistas (na verdade, empregados dos donos de frotas AGRO) estão fugindo pra não ser presos. E dançando a macarena. Que grotesco!

Até o vampiro mor da República foi de avião da FAB a Brasília escrever carta pro chefe-de-estado, que tem certa dificuldade com as letras e as canetas.

E o que fará o Congresso dessa republica das bananas? Vista grossa, até termos uma “banana plantation” inteirinha de bizarrices de Bananonaro e de seu bananal de filhos: 01 banana ouro, 02 banana nanica, 03 banana maçã do amor etc.

Brasil sem lei, ou melhor, sem aplicação das leis. Sao “leis decorativas”, “presidentes decorativos”, “instituições decorativas”. Só o que não é mais decorativo é o país, com o filme queimado no exterior, as florestas queimadas, sem matas, sem fauna, sem índios, sem projeto nuclear, sem submarino nuclear, sem Alcântara, sem água, sem peixes, sem macacos, sem jacarés, sem tucanos. A não ser os “tucanos decorativos”, da grana em bancos suíços. 

Brasil sem pré-sal, sem indústrias, sem empregos, onde tudo virou AGRO. São 50 milhões de hectares de transgênicos, plantações de soja e milho para o boi comer. 

Brasil que não é mais dono de sua água, pois vendeu seu aquífero para a Coca-Cola vender engarrafada.

Mas alimento pra gente-gente não é AGRO. É pequeno produtor, são as cooperativas de orgânicos não orgânicos. Não fossem eles, estaríamos todos comendo ração, igual no filme americano de ficção científica Soylent Green, em que o povo é alimentado apenas com biscoitos fornecidos pelo governo, sem saber se tratarem de farinha de corpos humanos triturados. 

Comem eles mesmos, mortos por fome, pandemias, suicídios.

Mas “juntos chegaremos lá”, antigo slogan político do Guilherme Afif, hoje assessor de Paulo Guedes, o Rasputin da economia, autor do “Plano Granadas nos Bolsos Brasileiros”.

Brasil do deboche, da dor, da Pátria que não é mais gentil. Nem amada é, onde as palmeiras secam e sabiás não cantam. Onde os jovens sonham com o exílio. Onde acreditam que há um céu com mais estrelas, várzeas com mais flores, potes com mais Ouro.

Pobres brasileiros coiotes, que quando cismam solitários em seus exílios, em países de prédios em que as janelas não abrem, pedem a Deus que os faça morrerem mesmo lá, sem precisar voltar. 

Pois palmeiras jamais viram cá, muito menos o cantar do sabiá.

E eu sonho, sonho, mesmo sem Gonçalves Dias, sem poesia, sem conciliações, acertos, frentes amplas, sem contas de chegar. Com a tenacidade de quem não se dobra, a objetividade do rumo claro, idealismo que não se vende, consciência que não se distrai.  

Com nossos votos resgataremos o Brasil.  

Muito obrigada por sua leitura.

Escrito por:

Formação acadêmica: Conservatório Nacional de Teatro 1967-1969, Rio de Janeiro
Jornalista, atriz e diretora do Instituto Zuzu Angel/Casa Zuzu Angel - Museu da Moda. Manteve colunas diárias e semanais, de conteúdos variados (sociedade, comportamento, cultura, política), nos jornais Zero Hora (Porto Alegre), O Globo, Última Hora e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), onde também editou o Caderno H, semanal.
Programas de entrevistas nas TVs Educativa e Globo.
Programas nas rádios Carioca e Paradiso.
Colaborações e/ou colunas nas revistas Amiga, Cartaz, Vogue, Manchete, Status, entre outras publicações).
Atriz de Teatro, televisão e cinema, de 1965 a 1976
Curadoria de Exposições de Moda: Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Itau Cultural, Paco Imperial, Casa Julieta de Serpa, Palacio do Itamaraty (Brasilia), Solar do sungai (Salvador).
Curadoria do I Salao do Leitor, Niterói

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