Bolsonaro e Lula (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A voz das pesquisas: chega de aventuras

7 de julho de 2021, 12:44

Além da acelerada corrosão na popularidade de Jair Bolsonaro e do crescimento da vantagem  que o ex-presidente Lula vai tirando em relação a ele na disputa de 2022, a mais recente rodada de pesquisas mostra os temas que estão pesando mais  para o eleitor. Divulgado nesta quarta, o levantamento Genial/Quaest, feito de forma presencial, aponta como principal problema no país hoje, para os brasileiros, a pandemia (24%), que somada ao segundo da lista, a falta de bom atendimento na saúde (17%), ultrapassa de longe os demais.

Sabemos e torcemos para que, em outubro de 2022, a pandemia seja uma página virada para o Brasil. Mas nada garante que será assim. Mais do que isso, seu impacto na economia e em outros setores ainda se fará sentir.

Embora 38% dos quase sempre otimistas brasileiros tenham manifestado acreditar que haverá uma melhora na economia e que o país vai crescer, o problema mais citado depois das questões relacionadas à pandemia/saúde é o desemprego (17%), que somado ao quesito crise na economia (10%)  acaba sendo bastante lembrado. Curiosamente, a inflação (2%) e a fome/miséria (4%) vêm atrás, mas também aparecem.

Ou seja, ao que parece, o conjunto da obra pandemia/saúde + desemprego/economia tem grandes chances de definir o voto de 2022, e vão levar vantagem aqueles candidatos, inclusive a governos estaduais e ao Congresso, que apresentarem uma narrativa com propostas e soluções para esses problemas. Tem mais possibilidade de ganhar quem acenar com esperanças de vida melhor ou que, como Lula, exibir, além dessa mensagem, memória e credenciais passadas de que é capaz de governar nesse sentido.

Tudo indica que o eleitor que, em 2018, iludiu-se com o discurso anticorrupção de Jair Bolsonaro e arriscou-se a votar nele chegará às urnas em outro estado de ânimos. A corrupção aparece num modesto quarto lugar entre os principais problemas citados, com 11%, talvez um sinal de arrependimento de tantos desalentados ex-eleitores de Bolsonaro – que, por sua vez, já perdeu esse discurso. Os números parecem mostrar que a maioria não quer mais aventuras eleitorais.

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