Anderson Torres ri da Justiça enquanto finge chorar na prisão
Na cela de luxo onde está hospedado, no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, na cidade-satélite do Guará, Anderson Torres comanda uma campanha de vitimização que seria até engraçada, não fosse um deboche ensaiado para desmoralizar o Supremo Tribunal Federal e alimentar o esgoto bolsonarista nas redes sociais.
Delegado de Polícia Federal, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública de Ibaneis Rocha, Torres tem usado os megafones da extrema-direita para passar a impressão que, jogado num catre imundo de uma masmorra medieval, padece de dores físicas e psicológicas, prestes a cometer suicídio para dar fim a uma agonia que só encontra similar, na literatura, na obra “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas.
Seria risível, repito, não fosse um escárnio, mais um, de uma corja que se acostumou a mentir sem nenhum tipo de restrição moral, enquanto estava no poder, ao lado de um delinquente político com quem, imaginava o delegado, iria protagonizar um golpe de Estado, em 8 de janeiro de 2023.
A estratégia de Anderson Torres, reverberada nas redes sociais pela escória da família Bolsonaro, além de gente como Sérgio Moro, é a de tentar sensibilizar a opinião pública para uma delirante situação de transtorno de saúde mental derivada das saudades de casa. Felizmente, os tempos são outros.
Por duas vezes, o STF negou a soltura do artista, investigado por participação e organização dos atos golpistas, além de ter sido flagrado, numa ponta, com uma minuta preparada para um golpe no TSE, e, na outra, com um criadouro ilegal de animais silvestres, aparentemente, para vendê-los no submundo do contrabando.
Descobriu-se, agora, que Anderson Torres passou senhas inválidas de seu celular pessoal para a Polícia Federal, numa clara tentativa de protelar a investigação e obstruir a Justiça. É mais um crime do qual terá que se defender. Alegou, como o mitômano a quem servia, que se confundiu por estar sob efeito de medicamentos.
Até quando o STF e a Polícia Federal vão aceitar participar dessa coreografia humilhante é a grande dúvida que emana de toda essa situação. Espera-se que não por muito tempo.