O recado da extrema direita a Moraes: o véio da Havan está vivo

10 de maio de 2024, 23:04

Uma figura bizarra e manjada tentou ser protagonista da tragédia gaúcha, mas não foi em frente. Sentiu que poderia se dar mal, deu seu recado e foi embora.

O véio da Havan foi a Lajeado dia desses e gravou um vídeo diante da sua loja destruída ao lado do rio Taquari, na BR-386. Chorou mostrando a destruição.

Foi de volta para Santa Catarina, deixou dois helicópteros para ajudar nos resgates e quase foi homenageado depois pela Câmara dos Deputados como herói.

O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) apresentou um requerimento, na Comissão de Segurança, para que fizessem uma moção de aplauso ao sujeito, rejeitada por falta de votos.

Agora, dois detalhes das atuais circunstâncias que cercam o véio da Havan. Ele não conseguiu divulgar o vídeo que fez em Lajeado em suas redes, porque está fora da internet desde agosto de 2022 por ordem do ministro Alexandre de Moraes, sob a acusação de conspirar contra as instituições e a democracia.

A segunda questão é essa. O sujeito poderia ter dito que vai reabrir a loja, com a ressalva de que deve evitar o mesmo local. O prédio inundado está em área questionada como de preservação permanente, desde a inauguração. Mas estaria ali, até ser invadida pelo rio, por uma exceção, como coisa de ‘interesse público’. O Ministério Público saberá esclarecer.

Mas o que levou o empresário a viajar ao Rio Grande do Sul? Claro que para tentar se apresentar de novo como exemplo a ser seguido. Por que a extrema direita tentou homenageá-lo na Câmara? Só por ter ido ao Rio Grande do Sul?

Para escancarar que ele está vivo como figura pública impune. A extrema direita quis dizer no Congresso que Luciano Hang continua ativo, vivo politicamente e, sem julgamento em vários inquéritos, ainda desfrutando da impunidade.

O deputado que propôs a homenagem quis na verdade mandar um recado a  Alexandre de Moraes. O véio da Havan sobreviveu até aqui e continua tentando ser protagonista. Alguém duvida que ele poderá sobreviver ao cerco de Alexandre de Moraes?

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PILANTRAS

Comparações em momentos como esse são complicadas. Mas é provável que o Brasil nunca tenha visto antes, com essa dimensão, uma mobilização de voluntários como a que acontece no Rio Grande do Sul e envolve e emociona o país todo.

E aí aparecem, no meio desse esforço humanitário coletivo, os aproveitadores vinculados, é óbvio, à extrema direita.

É nojento ver gente com camisetas de políticos negacionistas, de ‘times’ do fulano e do beltrano, no meio dos socorristas.

É apenas mais uma face das crueldades do fascismo. São pilantras que brotam dos bueiros como ratazanas.

Escrito por:

Moisés Mendes é jornalista de Porto Alegre e escreve no blogdomoisesmendes. É autor de ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim). Foi editor de economia, editor especial e colunista de Zero Hora.

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