Mitômano

24 de julho de 2020, 15:38

Como só fala e escreve para idiotas, Jair Bolsonaro aprendeu a mentir sem nenhum tipo de freio ou constrangimento. Notável talento que, aliás, repassou integralmente aos filhos, a ninhada de mentecaptos que nada de braçadas no esgoto da internet.

Assim, Bolsonaro é capaz tanto de roubar a autoria da obra de transposição do rio São Francisco, idealizada e gestada nos governos do PT, como tem a cara de pau de comemorar, no Twitter, a aprovação da permanência do Fundeb – o fundo de recursos para a educação que ele e sua trupe de imbeciloides, no Congresso Nacional, trabalhou para extinguir.

Bolsonaro não é um mitômato aleatório, nem está sozinho nessa jornada. Esse apego à mentira como narrativa de sobrevivência é comum a todos os militares brasileiros, desde o golpe de 1964.

Para esconder as mazelas do regime, sobretudo as torturas e assassinatos de presos políticos, os militares foram sistematicamente ensinados a mentir e dissimular. Tanto e de tal forma, que essa ideologia tornou-se um veneno transmitido, dentro das escolas de formação, de geração para geração.

Não por acaso, é notório encontrarmos militares mentindo sobre quase tudo. Mentem sobre uso de recursos, sobre abusos nos quartéis, sobre intenções antidemocrática de seus manuais mofados da Guerra Fria.

O general da Saúde mente sobre os dados sobre a pandemia. O da Casa Civil (!), sobre o nepotismo desbragado que tomou conta dos cargos da República.

Infectado pelo coronavirus, Bolsonaro mente sobre os remédios que toma e omite que, encagaçado, faz três eletrocardiogramas por dia.

Ainda assim, há idiotas em número suficiente para aplaudi-lo enquanto ele, patético, exibe um vermífugo como um troféu.

Troféu de mentira, claro.

Escrito por:

Jornalista, escritor e professor. Sócio fundador da agência de publicidade e marketing digital CobraCriada.

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