(Foto: Ag. Senado | Reuters)

Além do limite do sem limites

12 de abril de 2021, 11:25

Que o Genocida não tem limites e que faz de tudo e mais para derrubar o país, acabar de destroçar tudo, não tem nenhuma novidade.

O que impressiona é sua capacidade de se superar na hora de criar novos – e graves – problemas.

A transcrição das conversas dele com outro cafajeste desequilibrado, o senador Jorge Kajuru, do Cidadania mostram até que ponto Jair Messias é capaz de ir, ou tentar ir. Desta vez, com a Corte Suprema.

Eu, pelo menos, não me lembro de nenhum presidente que tenha se expressado tal e como Jair Messias, numa conversa tornada pública com, segundo o cafajeste senador, autorização dele.  

Imagino que todos os presidente, em algum momento, e em conversas privadas, tenham se expressado, ao menos em português correto (que, para variar, não é o caso…), com a mesma contundência.  

Mas combinar que tudo seria divulgado, não lembro de nenhum caso.

Sabemos todos, ou deveríamos saber, que Kajuru é um boçal eleito na esteira de outro boçal, Jair Messias.  

Os dois são loucos de manicômio. Mas o que o diálogo entre os dois, tornado público, revela, é algo mais que pura boçalidade: é a visão demoníaca de como manipular poderes, tanto os do senador cafajeste e boçal, como, e principalmente, a do pior presidente da história da República.

Trata-se, em primeiro lugar, de uma ignorância olímpica: conforme levantou o bananão que preside o Senado, Rodrigo Pacheco, será que o Congresso tem autorização para investigar governadores e prefeitos?

E, em segundo: que Alexandre de Moraes, elevado à corte suprema pelo usurpador Michel Temer, com sua pinta – sua: dele, Alexandre – de cafetão de porta de boate de subúrbio e sua voz de puxador de samba de escola no carnaval paulistano tenha razão, mostra até que ponto chegamos.

Quando Alexandre Moraes merece defesa, é porque o ataque vem de alguém mais desqualificado ainda.

É preciso afastar essa chusma – Jair Messias e todos, todos, sem exceção: empijamados ou fardados ou de terno – com urgência urgentíssima.  

Que essa culpa pese para sempre no colo de Rodrigo Maia e, agora, de Arthur Lira, que aliás enfrenta todos os seus processos, que vão da corrupção mais plena a espancar a então esposa.  

Pois cabe a essa pústula a missão maior: afastar essa chusma significa abrir espaço para que Mourão assuma e arme um governo de “notáveis”, como quis fazer Collor de Mello.

Mourão é mais perigoso que o Genocida boçal: apesar de reacionário – repito: não confundir com conservador – é cordato, equilibrado, coerente.  

Pertence à vertente dos militares que se formaram e consolidaram durante a ditadura, e agora militarizaram o governo.  

É mais perigoso por isso – pela aparente lucidez –, mas não é pior.

Ninguém consegue nem conseguiria ser pior que o Genocida.

Resta saber se, com a eventual – e esperada, esperadíssima – expulsão do Genocida da poltrona presidencial, a milicaiada toda, e toda cúmplice do genocídio – ficará onde está.

Enfim, o país afunda e afunda e afunda, e a única coisa que de verdade espero, além do fim da pandemia, é ver a hora que Bolsonaro, Pazuello e caterva sejam despachados para o Tribunal Internacional de Haia.

E que sejam processados, com amplo direito a defesa, e condenados, e presos, e que vivam anos e anos e anos e anos no cárcere.  

E que nele morram.

Escrito por:

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *