Bolsonaristas protestam em Curitiba. 1/11/2022 (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)

Até janeiro, todo cuidado é pouco com o bolsonarismo

2 de novembro de 2022, 11:26

Quem quiser que se iluda, mas está vivo e se mexendo o perigo de uma insurreição radical e antidemocrática contra o resultado legítimo das urnas que fez de Lula o novo presidente do Brasil. O bolsonarismo ainda está nas ruas orando, “jejuando” e tramando contra a Democracia. Os caminhoneiros bolsonaristas ainda bloqueiam estradas e põem em risco grande número de brasileiros, inclusive, crianças, e a normalidade da produção nacional.

A Polícia Rodoviária Federal continua a fechar os olhos às barbaridades praticadas pelo gado que usurpou o verde e o amarelo. O diretor-geral da instituição continua sem dar explicações sobre o seu comportamento irresponsável e ilegal. Se nada de extraordinariamente ruim acontecer com o Brasil, a farra deste militante travestido de servidor público acaba no dia 1 de janeiro, quando ele passará a responder à Justiça. Mas, daqui pra lá…

Nada de efetivo aconteceu com uma deputada que, na véspera da eleição do 2º turno, saiu correndo alucinada pelo centro de São Paulo, de arma na mão, dando ordens de “deita no chão” a um cidadão desarmado. Ela e seu assessor, que chegou a disparar a arma, por pouco não acertando em alguém na avenida superlotada. A parlamentar pistoleira teve sua conta de uma rede social cancelada, de tanto que conspirou contra as instituições. Mas, já deu um jeito e continua tramando por uma conta fake. Está solta e é perigosa.

Figuras manjadas e parlamentares eleitos na esteira do bolsonarismo continuam pregando o ódio e o golpe institucional, mesmo com as eleições encerradas, o resultado proclamado pela Justiça Eleitoral e a transição iniciada entre as equipes do governo atual e do governo eleito. Essas figuras nefastas ainda conclamam as pessoas a tomar as ruas e gritar por intervenção militar, uma possibilidade tão difícil quanto se achar  conteúdo na cabeça da maioria bolsonarista.

Mas, nada disse representaria um perigo real não fosse a conivência de um presidente da República que não aceita a derrota nem se congratula com o seu adversário que venceu a eleição. O silêncio covarde e antidemocrático do ainda chefe de governo funciona como um “taowquêi!” a todo o mal comportamento bolsonarista. Ao ter demorado tanto para se pronunciar, o futuro ex-presidente, em precário exercício do cargo, estimula a barbárie e a conspiração.

Temos ainda cerca de 60 dias para nos livrarmos, de fato e de direito, de um governo infame, irresponsável e potencialmente miliciano e genocida, por trazer nas costas a culpa por quase 700 mil brasileiros e brasileiras vítimas da Covid-19.  Estaremos, em 1 de janeiro de 2023, livres desse umbral em que mergulhamos e voltaremos à Luz e à Esperança, marcas indeléveis da Democracia.

Mas, daqui pra lá, olho vivo e muito cuidado. Estamos lidando com uma malta que despreza e abomina, justamente, essas coisas sagradas que reconquistamos pelo voto. E que, até janeiro, ainda pode aprontar. E muito.

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Escrito por:

Jornalista e compositor, com passagem por veículos como o Jornal do Commercio (PE) e as sucursais de O Globo, Jornal do Brasil e Abril/Veja. Teve colunas no JC, onde foi editor de Política e Informática, além de Gerente Executivo do portal do Sistema JC. Foi comentarista político da TV Globo NE e correspondente da Rádio suíça Internacional no Recife. Pelo JC, ganhou 3 Prêmios Esso. Como publicitário e assessor, atuou em diversas campanhas políticas, desde 1982. Foi secretário municipal de Comunicação. Como escritor tem dois livros publicados: "Bodas de Frevo", com a trajetória do grupo musical Quinteto Violado; e "Onde Está Meu Filho?", em coautoria, com a saga da família de Fernando Santa Cruz, preso e desaparecido político desde 1973. Como compositor tem dois CDs autorais e possui gravações em outros 27 CDs, além de um acervo de mais de 360 canções com mais de 40 músicos parceiros.

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