Eduardo Leite (Foto: Maurício Tonetto/Secom)

Não ofendam as antas!

15 de maio de 2024, 06:25

Preocupado com os empresários do RS, Eduardo Leite reclama do ‘excesso de doações’ e diz que isso vai prejudicar o comércio local. Trocando em miúdos: parem de doar!

Faz até pensar se a denominação Rio das Antas seria algum tipo de homenagem… Mas, não, não é. O Rio das Antas, que banha todo o Rio Grande do Sul, nasce no município de São Jose dos Ausentes, até sua foz no rio Uruguai, no Município de Mondaí, em Santa Catarina, estado onde o lugarejo de Rio das Antas começou a se formar por volta de 1910, na ocasião da construção da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande do Sul pela Brazil Railway C.O. 

As terras baratas atraíram colonos do Vale do Rio Itajaí e do Rio Grande do Sul, estrangeiros, descendentes de italianos e alemães. Mas logo em 1914 a vila foi atacada por jagunços e, em consequência, muitos colonos abandonaram suas propriedades. Somente em 1918 a região voltou a ser povoada, mesmo com a dificuldade do cultivo agrícola devida à densa floresta de pinhais. Porém, os colonos das Antas, inteligentíssimos, fizeram dos pinheiros sua fonte de riquezas, atraindo os gaúchos. 

Só em 1958, o que era apenas um distrito foi promovido a município de Rio das Antas, nome que se deveu à quantidade de antas às margens do Rio do Peixe, onde se localiza. Maior mamífero nativo da América do Sul, maior até mesmo do que a vaca, a anta pode chegar a até 1,20 m de altura, 2 m de comprimento e 300kg. Os indígenas kaiapós, do Pará, têm a anta como seu animal de estimação. A anta é PET! 

Ao contrário da má fama, ela é um animal extremamente inteligente, possuindo enorme concentração de neurônios, com memória comparável apenas à de um elefante, apesar de seu parentesco ser com o rinoceronte. Faço questão de ressaltar isso, para que a espécie não se aborreça nem se ofenda com a comparação inadequada que sugeri ao iniciar esse texto. Foi só brincadeirinha, viu, anta?

Escrito por:

Formação acadêmica: Conservatório Nacional de Teatro 1967-1969, Rio de Janeiro
Jornalista, atriz e diretora do Instituto Zuzu Angel/Casa Zuzu Angel - Museu da Moda. Manteve colunas diárias e semanais, de conteúdos variados (sociedade, comportamento, cultura, política), nos jornais Zero Hora (Porto Alegre), O Globo, Última Hora e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), onde também editou o Caderno H, semanal.
Programas de entrevistas nas TVs Educativa e Globo.
Programas nas rádios Carioca e Paradiso.
Colaborações e/ou colunas nas revistas Amiga, Cartaz, Vogue, Manchete, Status, entre outras publicações).
Atriz de Teatro, televisão e cinema, de 1965 a 1976
Curadoria de Exposições de Moda: Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Itau Cultural, Paco Imperial, Casa Julieta de Serpa, Palacio do Itamaraty (Brasilia), Solar do sungai (Salvador).
Curadoria do I Salao do Leitor, Niterói

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