Créditos: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Ovos podres e vassouradas

5 de abril de 2022, 13:37

No universo dos baixos instintos, qualquer perversidade é natural. Assim, convivendo com as aberrações como se fossem a normalidade, pessoas de tal esfera causam espanto ao se revelarem sem o menor pudor ou autocensura. 

Assim fez Eduardo Bolsonaro, de modo vil, postando a cobra como vítima da jornalista encarcerada e sob tortura. 

Ironia do destino ou malvadeza da sorte, a jornalista, que tantos males fez e tem feito ao Brasil e ao nosso povo, com sua campanha obstinada pela entrega da Petrobras e do pré-sal às empresas estrangeiras, com suas análises econômicas baseadas em dados fajutos para desmoralizar a maior empresa brasileira e com seus aplausos e loas à Lava Jato, promotora de milhões de desempregados famintos e de bilhões em prejuízos ao Brasil e ao povo brasileiro, esta mesma importante profissional da mídia é, indiretamente, através da ofensa horrenda que lhe foi feita, transformada em símbolo da resistência contra a tortura. E os símbolos têm mais força do que a própria realidade. 

São as vias tortas da vida, na escrita do destino ou de Deus, a que devemos nos curvar, conduzindo os brasileiros ao caminho certo da indignação contra os apologistas da tortura e dos torturadores. 

Aplaudo esse momento de reação forte e coletiva contra os horrores, que supera ideologias partidárias. É a união da humanidade contra a barbárie.

O que não me impede de continuar a desprezar quem colhe benefícios, destruindo a economia brasileira, prestigiando pontes para o futuro que levam ao passado, enaltecendo tetos de gastos tão baixos que achatam e esmagam os desvalidos abandonados pelo próprio país e pelos arautos da mídia neoliberal, a serviço do Capital, e não da Nação brasileira.

E uma chuva de ovos podres, acompanhada de uma boa vassourada no traseiro, nessa corja bolsonarista, que há de ser varrida para sempre de nosso cenário auriverde varonil, voltando para a fossa de sua origem.

Escrito por:

Formação acadêmica: Conservatório Nacional de Teatro 1967-1969, Rio de Janeiro
Jornalista, atriz e diretora do Instituto Zuzu Angel/Casa Zuzu Angel - Museu da Moda. Manteve colunas diárias e semanais, de conteúdos variados (sociedade, comportamento, cultura, política), nos jornais Zero Hora (Porto Alegre), O Globo, Última Hora e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), onde também editou o Caderno H, semanal.
Programas de entrevistas nas TVs Educativa e Globo.
Programas nas rádios Carioca e Paradiso.
Colaborações e/ou colunas nas revistas Amiga, Cartaz, Vogue, Manchete, Status, entre outras publicações).
Atriz de Teatro, televisão e cinema, de 1965 a 1976
Curadoria de Exposições de Moda: Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Itau Cultural, Paco Imperial, Casa Julieta de Serpa, Palacio do Itamaraty (Brasilia), Solar do sungai (Salvador).
Curadoria do I Salao do Leitor, Niterói

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