Guedes é o primeiro a ganhar com a bolsa-eleição de Bolsonaro

21 de outubro de 2021, 11:43

Paulo Guedes conseguiu derrubar tudo com sua fala de que vai arrombar o teto de gastos para pagar os R$ 400 da nova bolsa-eleição de Bolsonaro.

Derrubou a outra bolsa, a que interessa aos ricos brasileiros e estrangeiros e à classe média em desalento, e tudo o que estava por perto, menos o dólar.

O dólar subiu mais 2% num dia e chegou a R$ 5,67. Guedes ficou mais rico com sua conta de US$ 9,5 milhões nas Ilhas Virgens Britânicas.

Num cálculo pelo alto, só ontem Guedes ganhou mais R$ 1 milhão e está hoje com o equivalente em reais a R$ 54 milhões bem guardadinhos.

Tudo porque Guedes foi obediente ao apelo de Bolsonaro, para que arranje um jeito de pagar os R$ 400 do Auxílio Brasil aos que estão na fila do emprego ou do osso.

No bolsonarismo, quando os pobres vão ganhar alguma coisa, o mercado não gosta, mas os ricos pegam carona, saem na frente e ganham antes.

Roberto Campos Neto também tem sua continha e ganhou uns trocados. Bob cuida da moeda brasileira, mas protege seu dinheirinho em moeda estrangeira.

E o que pode acontecer com uma situação em que as duas principais autoridades brasileiras da área econômica continuam ganhando com as medidas e as falas do próprio governo, enquanto a bolsa cai, os investidores fogem e a miséria aumenta?

Nada. Absolutamente nada. Porque já disseram que o problema é apenas moral, não é legal, e que eles podem ter o dinheiro guardado lá fora.

E, se é uma questão moral, não é nada mesmo. O Brasil é, há muito tempo, um país amoral.

Com o bolsonarismo, a amoralidade foi apenas aperfeiçoada e agora é medida em dólares. É uma amoralidade offshore.

Escrito por:

Moisés Mendes é jornalista de Porto Alegre e escreve no blogdomoisesmendes. É autor de ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim). Foi editor de economia, editor especial e colunista de Zero Hora.

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